terça-feira, 3 de junho de 2014

História de “Vitória” não empolga e público volta para “Em Família”

Cenas não mostraram muita veracidade por causa de exageros
Cenas não mostraram muita veracidade por causa de exageros
A estreia de “Vitória” não foi o que todos esperavam e acabou afugentando ainda mais o público das novelas da Record. A emissora, que exibia o “Jornal da Record”, estava na faixa dos 10 pontos de audiência segundos antes da estreia, porém, tudo foi por água abaixo em questão de segundos, quando uma matéria “provisória” do telejornal foi cortada no meio para terminar junto com o “JN” e começar junto com “Em Família”, da Globo.
O jornal acabou e a trama de Cristianne Fridman começou com a abertura, coisa não muito comum. A novela começou com imagens lentas, em um diálogo entre o protagonista e sua mãe, interpretada por Beth Goulart. Até aí tudo bem, mas era esperado alguma cena forte, impactante para chamar a atenção de cara, pois a primeira impressão é a que fica e ninguém vai trocar uma novela pela metade (no caso, “Em Família”), por uma que não causou empolgação.
As atuações não estavam impecáveis, muitos não convenceram em seus personagens, dando a impressão de que os diálogos estavam sendo jogados da boca para fora. O motivo da vingança do protagonista, interpretado por Bruno Ferrari não é muito comum, não convenceu, e o excesso da palavra “Vitória”, se referindo à égua da protagonista Diana (Thaís Melchior) foi imenso. Havia confusão em algumas cenas e, nas redes sociais, muitos não entendiam quem era a “Vitória” que o personagem Gregório (Antônio Grassi) queria matar, se era a égua ou a própria filha.
Muita coisa não ficou clara, como a repentina aparição de Dado Dolabella na novela. Ele foi com Diana para Curação, chegando lá, fez o seu papel e depois, sumiu. Ninguém entendeu o que ele era de Diana, amigo ou namorado. As cenas paradisíacas do lugar encheram os olhos, mas o romance entre Arthur (Bruno Ferrari) e Diana não convenceu. O capítulo de estreia já formava um casal que nunca havia se visto antes e que o motivo do encontro era um desafeto, em que a mocinha ia tirar satisfações com o mocinho pelo incêndio em sua cocheira.
A cena do  incêndio também não pareceu real, como os que eram constantes em “Chamas da Vida”, da mesma autora. Havia muita gritaria e correria, mas a atuação de quem estava lá não convencia de que estavam mesmo aterrorizados. A última cena foi, no mínimo, vergonhosa e, o que era para ser dramático, acabou sendo engraçado, com um drama acima do tom, pior do que novela mexicana. O infarte do pai e o surto do filho se confundiram e parecia que estavam na mesma ação, dando um nó na cabeça de quem tentava acompanhar.
O destaque vai para a grande vilã da história, interpretada por Juliana Silveira. A personagem Priscila mostrou a que veio, quando atropela um flanelinha com vontade de matar pelo simples motivo de que ele é “preto”, como ela mesmo afirmou, querendo limpar a cidade dessas pessoas. Ela não mostrou exageros na interpretação, deixando o público de boca aberta e prometendo ser odiada por todos, quando afirma: “Meu sonho é ter um bar sem gay, sem negro e sem judeu!”. O único erro é a falta de ligação entre o seu núcleo e os demais neste primeiro capítulo.
Mas como sabemos, esse foi apenas o primeiro capítulo, não dá para tirar conclusões sobre a novela que teve dificuldade em juntar tudo em um para apresentar ao público, se nem mesmo a Globo consegue fazer isso com facilidade. Com o desenrolar da trama, autora pode ir agregando o público, situando-o a cada capítulo e fazendo-os se desprender da novela “salada de chuchu sem tempero”, como a própria Record ironizou a concorrente em seu anúncio publicitário.


Nenhum comentário:

Postar um comentário