segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Sem Hebe e Chaves, resta apenas Silvio Santos como lenda viva do SBT

O que será do SBT sem a presença marcante de Silvio Santos? (Foto: Reprodução)
O que será do SBT sem a presença marcante de Silvio Santos? (Foto: Reprodução)
O Brasil recebeu um golpe muito pesado na última sexta-feira (28), durante o Plantão SBT, e antes pela CNN mexicana. A jornalista Rachel Sheherazade interrompeu, ironicamente, a transmissão do seriado Chaves (El Chavo del Ocho) para noticiar a morte do seu próprio intérprete, Roberto Gómez Bolaños. O lendário humorista faleceu em sua casa, localizada na cidade de Cancún, no México. A comoção ocupou todas as redes sociais e, principalmente, entre os perfis de fãs do escritor, produtor e ator que cativou inúmeras gerações.
Chaves, Chapolin, Doutor Chapatin… A lista é muito extensa. Não é possível medir o tamanho dessa perda. Muitas pessoas falam: “Ah, mas ele já estava idoso, com saúde debilitada. Uma hora ou outra, isso iria acontecer”. De fato, mas a morte nunca é recebida com naturalidade, por mais óbvias que sejam as condições da existência humana. Ainda mais para quem participou do crescimento de inúmeras gerações, até hoje, por todo o mundo. É importante lembrar que a Televisa, maior emissora do México e responsável por veicular os programas de Roberto, recebeu quase 2 bilhões de dólares após o fim das gravações de Chaves, em 1992, segundo a Forbes. Segundo a própria emissora, o humorístico foi dublado para cinquenta línguas, e detém o recorde de programa mais assistido da televisão mexicana.
Nesse contexto de grande tristeza, surge uma nova dúvida: e o SBT? Não é novidade que a obra-prima de Bolaños é o grande coringa. Até hoje o seriado é exibido no início das tardes, sempre com ótima audiência. Esse cenário deve manter-se dessa maneira por mais inúmeros anos, ainda mais agora com o anúncio dos episódios perdidos que irão ao ar. Um dos poucos programas que mantiveram o canal vivo na briga pelo ibope durante a enorme crise, aquela ocasionada pela força da Record em 2007. Quatro anos depois, a situação estabilizou-se e novas metas foram estabelecidas, com novo gás. O Chavinho continuava ali no seu espaço, interrompido por algum período, mas sempre de volta ao horário que, simbolicamente, lhe pertence.
Sem a madrinha da televisão brasileira, a Hebe, e agora com a perda do Roberto Bolaños, sobrou o grande mestre: Silvio Santos. Ele continua implacável em seu programa que, com o mesmo formato de sempre, alcança a liderança em edições consecutivas e repercute na internet, seja com as piadas nada politicamente corretas ou pelas câmeras escondidas, identidade absoluta da atração. É impossível imaginar os impactos da ausência desse grande ícone não apenas do SBT, mas da comunicação brasileira que, segundo a revista americana Forbes (já citada como fonte nesse texto), ele é a personalidade mais admirada do Brasil, superando até mesmo Jesus Cristo.

O maior estádio de futebol não será capaz de suportar mais de 200 milhões de brasileiros, aqueles que o acompanham direta ou indiretamente a carreira do gênio. Para acomodar as lágrimas, nem o maior aquífero será suficiente. O vazio será impreenchível e dificilmente aparecerá alguém que represente um terço do que é o Silvio. Valorizem-no enquanto ele está em vida. Depois… será doloroso. Sem adiantar esse clima, mas já adiantando, vamos prestar mais atenção naquilo que está a um palmo de distância. Os próximos anos serão importantíssimos para o SBT, e talvez seja o último período de Silvio nas telas. Que esse momento demore muito (coloque muito na conta) para acontecer!


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