segunda-feira, 7 de julho de 2014

“Em Família” não merece cair na mesmice

Dupla não teria caído nas graças do público
“O romance entre Clara e Marina não engatou e provavelmente não engatará, pois o público não consegue acreditar que esse romance exista de fato”
A falta de agilidade pode ter sido o principal fator da rejeição de “Em Família”. 
A família Fernandes, quanto a dramas e emoções está impecável, já que tudo que nos transmite é aceito, pois sentimos que há verossimilhança e talvez seja essa a salvação da novela. As tramas paralelas tendem a ser interessantes, mas falta conexão com a história principal – que ainda parece estar isolada – e isso nos levará à um desfecho já conhecido: a trama central engolida por uma história paralela, a exemplo de “Viver a Vida”.

A trama central, que é o triângulo entre Helena, Laerte e Virgílio, não possui sequer a torcida do público, como aconteceu nas duas primeiras fases. Helena e Laerte estão desgastados, dando ares de um amor que já esgotou-se. E, sinceramente, isso é verdade. O público não tem ânimo para torcer por esse casal, e o que há de pior em uma novela se não a falta de torcida pelo casal protagonista? 

O que pretendia inovar, acabou caindo no de sempre. O romance entre Clara e Marina não engatou e provavelmente não engatará, pois o público não consegue acreditar que esse romance exista de fato, já que a maneira como foi montado parece ter sido forçada. Cadu, o marido que seria trocado, e que até então era “avulso”, passou a ganhar força e o público agora torce mais para ele do que para Marina.

Agilidade inicial nunca foi o forte de Manoel Carlos, aliás, suas tramas são conhecidas como aquelas que começam clamas com a Bossa Nova no Leblon e depois vão aumentando e ganhando força e consistência. Infelizmente o povo não consegue mais esperar por um desenrolar que só virá daqui uma porção de capítulos.
O povo quer agilidade, diversão e emoção o tempo todo, quer verdade, e se o objetivo é esquecer do cotidiano, não há nada melhor do que uma trama que mexa com suas emoções e traga assunto para as rodas de amigos e família. E caso não tenha outra solução, o que nos resta esperar os capítulos gloriosos que só “Maneco” consegue retratar.

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